quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

O PLEBEU

Com rumos incertos
Sem nenhum projeto
Jogado no mundo
Sem salvo conduto
O homem descrente
Não planta semente
Vive no escuro
Não faz mais futuro

Vive desolado
Está desempregado
Se sente humilhado
Anda embriagado
Pra passar o tempo
Solta seu lamento
Convencendo a todos
Com seus argumentos

Assim não dá
É preciso acertar
Vamos cantar
E assim protestar

Não se cale irmão
Abra seu coração
Faça seu sermão
Onde houver multidão

A palavra traduz
A ação lhe conduz
Pois você não é Jesus
Pra carregar esta cruz

Você é operário
Você só quer salário
Você quer trabalho
E só lhe dão calvário

Fale, proteste, critique
Não concorde com trambique
Exija um trampo, um, trabalho
Até um bico

Não aceite esmola
Você não é sacola
Você quer guarida
Condição de vida
Quer viver na lida
Pra comprar comida

Político, Político
Você fez seu comício
Você já está rico
Onde está seu compromisso






TROFÉU DOS BANAIS

Seja amplo não seja restrito
Se espalhe não seja sucinto
Não detenha ímpetos
Não contenha gritos
Provoque tumultos, atritos
É melhor que seja maldito

Encene comédias
Provoque tragédias
Não tenha regra
Não peça trégua
Sem compasso sem regra
Atropele colegas

Seja temido
Amante fingido
Pois nunca foi proibido
Ser artista bandido

Seja áspero e duro
Mau caráter e chulo
Não tenha escrúpulos
Para ser astuto

Porque só assim vencerás
Só assim tu serás
Só assim ganharás
Só assim erguerás
O troféu dos banais.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Adubo da Terra

Os homens sobre os homens
O poder sobrepondo
Dividiram-se em: reis, profetas e monges
Uns tem titulo, fartura e nome
E outros nada tem padece de fome

O homem deseja ser!
O Senhor, o dono da terra
Disputam poder
Fazem conflitos e guerras
Depois um ao outro enclausura
enterram-se
Mas, todos nós, somos,
Adubo da terra

Previsão

JÁ sorri
Já fui feliz
Já fiz tudo que eu quis
Até sonhei visitando Paris

Mas, hoje.....
Só vejo arrojo
Sorriso pouco
Violência, estouro
Multiplicam-se os loucos
Quanto alvoroço
E gente infeliz

Trabalho escasso
Desilusão cansaço
Tempos devassos
Caminhos nefastos
Para nosso país.

Protesto

Ainda tenho reflexos
Embora adquirisse complexos
Diante de fatos inéditos
Que me deixaram perplexa

Ai! se eu pudesse falar
Ai! se eu pudesse contar
Concedam-me um lugar
Onde eu possa me expressar

Um tribunal de contas
Onde eu faça de conta
Que meto medo
E faço afronta
Para quem meu dedo aponta

Vou apontar o velhaco
Que fez rombo e até buraco
Com o dinheiro do pobre fraco
Foi morar em um palácio

Com manobra e esperteza
Mas, com muita sutileza
Deu o golpe na pobreza
Hoje é Senhor Nobreza

O CONDENADO

Sofreu pirraças
Viveu ameaças
Puseram-lhe mordaça
Nada pode fazer

Chamaram-o de louco
Taparam sua boca
Deram-lhe sentença
Sem responder

Imputaram-lhe um vício
Sufocaram seu grito
Fizeram um ofício
E jogaram num hospício

Desta vez foi mais forte
Selaram sua sorte
Trouxeram um envelope
Com o último golpe

Já não dá mais nenhum passo
Já não sabe o que faz
Buscando entender

Não cometeu desatino
Será obra do destino
Só invocando o divino
Pra lhe socorrer.

Chicote Malvado

Quem disse que a escravidão acabou
Está muito enganado
Desde que aqui chegamos
Somos vitimas
Do chicote malvado

Para as questões do negro
Todos  ouvidos e olhos tapados
Estamos na linha do alvo
É bala pra todo lado

Ninguém sobe a favela
Para buscar Cinderela
Mas quando vê negro na tela
É só para mostrar mazelas

Todo negro é suspeito
De cometer algum malfeito
Mas quando faz, algo bem feito
Não gera nenhum efeito
Pois alguém de conceito
Sempre tira algum proveito

Somos os vencidos escravos
Desde os nossos antepassados
Que trazidos em viagem
Para este mundo selvagem
Ainda estamos a margem
Até quando este descaso
Quando mudará esta imagem?

sábado, 29 de outubro de 2011

LADRÃO DE CASACA

Ladrão de casaca
Que se mete em trapaças
Tem que ser preso com tapas

Preso como todo e qualquer vadio
Tratado com arredio
Sem proteção, sem padrinho
Jogado lá no cantinho

Por que foi-lhe dado confiança
Para cuidar das finanças
Não suporta a ganancia
Mete mão na poupança

DURA LEX, SED LEX

Na lógica, a palavra ladrão é universal. Roubo, furto, desvio,fraudes seja por dutos, cuecas, caixa dois, pasta preta, laranja, lavagem tudo é subtração do alheio. Em outra linguagem a popular "ladroagem". Porém, quanto ao critério de julgamento é unilateral. Porque vai se depender da região, das leis de cada país, das desigualdades sociais etc.
É aí então que somos chamados para refletir:
Porque tanta discrepância? Num país que se diz que todos são iguais perante a lei? Fica a pergunta! Será que somos mesmo? Senão vejamos ladrões de leite em supermercado, de galinha, de roupas em varais, logo são presos algemados quando não se usa a violência que é raro  trancafiados, aguardam pela sensibilidade de alguém para pagar fiança e advogado para liberação. Enquanto que ladrões de casaca de colarinho branco são convidados a comparecer na delegacia para depor, abre-se CPI, responde em liberdade e tudo acaba em pizza porque o processo é arquivado por falta de prova. País justo se faz com equidade, imparcialidade e rigorosidade para aqueles que cometem delitos. A impunidade e a brandura como são tratados os mais bem pagos e com melhor poder aquisitivo é que está comprometendo a nação, tornando-a violenta e injusta.
Dura lex, sed lex!
A lei é dura, mas é a lei vamos aplicá-la a todos  sem exceção.
O privilégio gera injustiça e consequentemente revolta e violência essa é a raiz de todos os males que estamos vivendo.  

Obs.: (Artigo colocado no Jornal "A TARDE" de Salvador-Bahia. No Espaço do Leitor, em 24/09/2008.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

QUE TEMPOS, QUE COSTUMES!


 QUE TEMPOS, QUE COSTUMES!  

Em meus momentos de reflexão, fico a recordar das minhas lições escolares que Cícero ao notar a decadência de Roma exclamou: “Que tempos, que costumes”! Pero Vaz de Caminha escreveu a Portugal dando conta que o Brasil era uma terra de solo rico e fértil, que aqui se plantando tudo dava, Gonçalves Dias cantou em prosa e verso que no “Brasil tinha palmeiras onde cantava o sabiá”, Olavo Bilac recomendou “ama menino com orgulho a terra em que nasceste”, pois não haverá nenhum país como este!

Hoje ao assistir através da imprensa escrita, falada e televisionada o noticiário sobre o Brasil, faço minhas as palavras de Cícero “QUE TEMPOS, QUE COSTUMES”! O que fizeram com o nosso Brasil durante estes anos?E com o nosso solo fértil o que nós plantamos? Mazelas que se espalharam como praga, moléstia, mancha de reputação, deixando o Brasil sobre o aspecto moral falido, citamos como exemplo as escolas públicas, a Crackolândia. E os escândalos de malversação do dinheiro público denunciados diariamente.
 A população está doente, abarrotando os hospitais, escândalos todos os dias, denuncias de corrupção, até parece que não existe mais ninguém honesto nesta nação, seqüestros, assaltos a bancos, violência contra mulher, idosos, crianças, homofobia, músicas censuráveis, tráfico de drogas, até o nosso futebol que era alegria do povo está sob controle do capitalismo temido devido a violência das torcidas, jogadores negociados como escravos em mercado tornando o futebol impraticável como lazer ,devido ao alto preço dos ingressos para custear transações bilionárias e pasmem os senhores! Os poderes legislativo, executivo, judiciário e até os Ministérios estão sobre suspeitas, é o caos e caos é prenúncio de mudanças.
Então precisamos rever nossas práticas, mudar nossas leis, os políticos a educação e clamar aos céus Oh! Céus ó Deus!  Pedir, a Virgem Maria rogai por nós para que ilumine e levante esse país que vive adormecido em berço esplêndido desde o dia que Osório Duque Estrada compôs o Hino Nacional que a população acorde, levante, tome atitudes, cobre o cumprimento das leis, fiscalize saia do obscurantismo, para que mudanças urgentes aconteçam para salvar nossa pátria.
Que o governo da nossa presidenta Dilma Roussef promova a educação em todos os níveis e escala, pois, é a única ferramenta capaz de trazer modificações revertendo esse quadro de bancarrota que chegou nossa pátria.
   



Ivanise Sena
Salvador - Bahia

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Somos

Somos Mártires
Dos Encartes
Dos Remakes
Do Merchandising
Do Telemarketing

Somos presa
Da cerveja
Do salário
Da despesa
Da peleja
Do diabo
Com a igreja

Somos vitímas
Dos estigmas
Dos dogmas
Dos dobermans
Das fraudes
E das drogas

Somos escravos
Dos tratados
Dos pecados
Das novelas
Em nossa casa

Somos o sumo
O consumo
O resumo
O lixo
O vício
O hospício

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Princípios

A fórmula é única e abrupta,
as disputas são todas corruptas;
Nada se esconde ou oculta,
porque a vergonha encolheu,
ficou curta.

O povo perdeu a conduta,
O Clero caducou,ficou biruta,
político ganhou indulto
jornal explora assunto.

Hoje  já não se desfruta o sabor da fruta
porque lhe tomam e lhe furtam
hoje já não se refuta
porque lhe arrancam o prazer na bruta.

O prazer de ser,do entender,
do envolver para poder conceder
você tem que ser,proceder,
para poder resolver.

Quem somos nós ?


Quem somos nós?
Somos seres humanos?
Somos trapos ou bonecos de pano
que se resigna,se acomoda sabendo do engano
sem importar,se nos atinge os danos.

Damos de ombro,viramos o dorso
ainda falamos só faço o que posso
não temos senso nem sentimos remorsos
quando perdemos sem defender o que é nosso.

Somos vítimas de tratos escroques
metem a mão no nosso bolso e no cofre,
reclamar, protestar, dá censura até pode
ser chamada, baderneira, encrenqueira,esnobe.

Mas, existem leis, existem códigos
falar, é proibido não pode
ver e calar para nós é um hobby
pois o cara de pau que carrega o bode
é o espertalhão bem vestido de Lord.